
Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil possui o maior programa público de transplante de órgãos, tecidos e células do mundo, que é garantido a toda a população por meio do SUS, responsável pelo financiamento de cerca de 95% dos transplantes no país.
O Hospital Metropolitano de Sarandi possui uma Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos para Transplante (CIHDOTT) que é responsável por organizar, dentro da rotina hospitalar, a detecção de potenciais doadores de órgãos viabilizando o diagnóstico de morte encefálica, conforme a Resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM). Também tem como função criar rotinas para oferecer aos familiares de pacientes falecidos a possibilidade da doação, e articular com a Central de Transplante do Estado a organização do processo de doação e captação de órgãos.
Foram captados nos últimos anos no Hospital Metropolitano:
2020: 33 doadores de múltiplos órgãos e 15 doadores de globos oculares
2021: até o momento foram 18 doadores de múltiplos órgãos e 07 doadores de globos oculares
Por que divulgar?
A doação de órgãos deve ser amplamente divulgada. Segundo o Enfermeiro Coordenador da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos para Transplante (CIHDOTT) do Hospital Metropolitano de Sarandi, Matheus Aparecido Grion Rosa: ”A doação de órgãos deve ser mais divulgada para as pessoas. Precisamos esclarecer a elas sobre a importância e a nobreza deste ato que, apesar do momento difícil da perda do familiar, esta ação pode ajudar a salvar até oito vidas. No entanto, por ser um assunto muitas vezes desconfortável, as pessoas tendem a não conversarem com a família sobre o desejo de serem doadores de órgãos, por isso, devemos realizar estas ações de conscientização para a população quanto a este processo, tirando dúvidas e receios, visto que será o familiar que decidirá sobre a doação ou não.”
De acordo com a Associação Brasileira de Transplantes de órgãos (ABTO), a pandemia ocasionada pela Covid-19 impactou de forma negativa a doação de órgãos e tecidos e, conseqüentemente, os transplantes no Brasil: passamos de 18,1 doadores por milhão de população (PMP), em 2019, para 15,8 doadores por milhão de população (PMP) em 2020, configurando uma queda de 11%.
No Hospital Metropolitano de Sarandi, houve uma queda de cerca de 50% no número de captações e notificações, pelo fato do hospital ter sido referência para tratamento de Covid-19 nos últimos meses, o que inviabilizou muitas doações.
Além disso, neste período, ocorreram mudanças importantes e que irão permanecer no período de pós-pandemia também, como a adoção do Protocolo de Testagem de Covid-19 em todos os pacientes prováveis doadores de órgãos e a análise de sua história clinica e social.
Segundo o vice-presidente da Associação Brasileira de Transplantes de órgãos (ABTO) Gustavo Fernandes Ferreira: “Seguramente, este é um dos maiores desafios que a atividade de transplantes em todo o mundo já enfrentou. Conviveremos por um período ainda incerto com esse “novo normal”. Continuaremos trabalhando incansavelmente para oferecer aos pacientes o melhor e mais seguro tratamento disponível, fazendo com que o transplante continue sendo uma estratégia segura”.
Para ser um doador, converse com sua família.
Doe Órgãos: Doe VIDA!
Fonte:
https://site.abto.org.br/publicacao/ano-24-numero-1/