Este é o mês internacional de sensibilização para a causa da prematuridade, também conhecido como “Novembro roxo”.
Para dar início à campanha, a Rede Metropolitana compartilha a especial história de Janaína Silva e de seu filho, o pequeno Heitor Emanuel, que nasceu com 33 semanas de gestação, no dia 01/10/2022, pesando 1,090kg e medindo 37 cm:
“Em um sábado (01/10/2022) onde só íamos fazer uma ultrassom para saber como o Heitor estava, se já havia melhorado das últimas alterações que havia se constatado em uma outra ultrassom realizada a 10 dias atrás, e depois iríamos fazer aquela gostosa compra de itens para o bebê, tivemos um enorme susto: o Heitor estava em “Sofrimento Fetal” (não estava recebendo oxigênio suficiente, batimentos cardíacos fracos entre outras alterações), além de que ele estava bem menor do que deveria estar conforme a semana gestacional. Foi então que o Dr° que fez a ultrassom disse ao meu Marido para procurarmos um médico/ hospital o mais rápido possível.
Fomos ao Hospital, entrei em consulta médica, meu marido não pode entrar, pois, estava com nossa filha Sophia de 3 anos e 10 meses. Fiz o cardiotocografia, e logo fui chamada em uma sala onde se tinha vários enfermeiros e médicas. Nesse momento já sabia que as notícias não seriam das melhores, então a Dr° disse, “vamos precisar fazer sua cesária agora, não temos vagas na UTI Neonatal para seu bebê, mas não se preocupe vamos cuidar disso, não podemos te transferir para outro hospital, não dá tempo, é emergência!”, nesse momento passou um filme na cabeça, tudo estava se repetindo, Sophia também nasceu Prematura, eu já sentia todo aquele turbilhão de sentimentos voltando, não ia ter chá de bebê, enfeite na porta, lembrancinhas, roupinhas lindas e eu também estava totalmente despreparada, mas tinha que me controlar. Tive que avisar meu marido por mensagens enquanto já me preparavam para a cirurgia. Foi tudo tão rápido que não foi possível alguém da família chegar ao hospital a tempo para ficar com a Sophia para meu marido entrar no centro cirúrgico.
Eu estava em uma sala fria, cheia de médicos e enfermeiros, enquanto eu tentava me controlar emocionalmente para a pressão não subir ou descer e prejudicar ainda mais o bebê. Durante a cesária, uma enfermeira que nunca vi, na qual sou muito grata, me consolava, todos com cuidados e atenção a mim e o bebê. De repente só escutei “nasceu”, era meu Heitor que já estava conhecendo o mundo, mas eu não ouvi seu choro e muito menos pude vê-lo, bateu o desespero, a enfermeira que me consolava soltou minha mão e disse que iria acompanhar o Heitor até a UTI Neonatal e depois voltava. Fiquei ali aguardando enquanto cuidavam da cirurgia. Ela voltou e disse que o Heitor era lindo! Após tempos, não sei quanto, fui para o quarto e meu marido estava lá me esperando, ele já tinha visto o Heitor, eu, porém só poderia ir vê-lo no outro dia após passar o efeito da anestesia e aguardar o horário de visita.
Heitor nasceu com 1090 kg, 37 cm, os médicos adotam duas idades: a cronológica 33 semanas, que conta o tempo gestacional, e a corrigida, 29 semanas, sendo como o bebê realmente está quando nasce.
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E assim começou a nossa rotina de Pais de UTI Neonatal. Apenas uma hora de visita por dia, sem horário certinho de entrar (às vezes têm intercorrências com os bebês/crianças, ou chegadas de novos) e temos que esperar.
Lavar as mãos, vestir roupas protetoras, passar álcool em gel nas mãos, estar de máscara, para enfim entrar e ver nosso Heitor em uma incubadora, no qual só podemos colocar as mãos para ter o contato pele a pele, ele com oxímetro no peito, sonda até o estômago, acessos nos braços e pés, entubado. Tão pequeno e já enfrentando tudo isso.
Ter alta do hospital, ir embora e deixarmos nosso filho em meio a apitos, luzes, barulhos, sendo furado para constantes exames, sem receber nosso carinho, é um sentimento de vazio, um buraco no peito, o choro é inevitável.
São lutas diárias, uma montanha russa de sentimentos, uns dias notícias boas, em outros notícias que não gostaríamos de ouvir, mas temos que nos manter fortes, a Sophia está em casa nos esperando todos os dias e temos muita Fé que Deus e Nossa Senhora estão cuidando de tudo!
Eu preciso me recuperar da cirurgia (cesária), mesmo que todos os dias tem as viagens de carro/ônibus de uma cidade a outra, o psicológico tem que ficar firme, não posso me abalar, tenho que produzir leite, o qual retiro todos os dias e faço e farei doação até eu poder finalmente amamentar o Heitor.
A previsão de ficar no hospital com o Heitor? 90 dias em média! Já enfrentamos 30, já tivemos muitas lutas e Graças a Deus está vindo as vitórias 🙏
É na UTI Neonatal que você aprende a dar valor em segundos, detalhes, mililitros de leite, gramas, contato, respiração… E ter muita paciência, pois cada passo é bem devagarinho e bem planejado pelos médicos os anjos que cuidam dos nossos anjos. É se assustar com cada apito dos monitores e ter um “mini infarto” preocupado se está tudo bem com o nosso filho.
O Primeiro colinho? Somente foi possível com 23 dias, quando atingiu 1200 kg. Ah! essa sensação é inexplicável, em meio a tantos fios dos aparelhos, mas pude senti-lo em meus braços, tão frágil e, ao mesmo tempo tão forte.
Hoje Heitor está com 1225 kg respirando sozinho, com sonda, ainda cuidando de outras situações, mas já venceu muitas lutas e temos muita Fé que Tudo vai ficar bem, e que em breve vamos estar todos os dias em casa.
Agradeço primeiramente a Deus, toda força vem Dele! Ao meu Marido que está 24h do meu lado, me fortalecendo, correndo atrás de tudo! Aos familiares que estão nos apoiando de todas as formas possíveis, ao Hospital Metropolitano de Sarandi que está com atendimento impecável, as enfermeiras e médicas por todo carinho e atenção ao nosso pequeno, a todos que estão rezando para que tudo fique bem, agradeço a todo tipo de apoio recebido até o momento, é tudo isso que nos ajuda a ficarmos fortes, pois sabemos que a Luta Continua!”
Heitor Emanuel completou na última terça-feira (01) o seu primeiro mês de vida!
Para a nossa equipe, cada etapa superada, cada conquista e cada minuto de vida é valioso, e grande motivo de comemoração. Por isso, as colaboradoras da UTI Neonatal do Hospital Metropolitano decoraram a incubadora do pequeno Heitor com o tema: “O poderoso chefinho” para celebrar o primeiro mês de vida dele.*
*As imagens foram autorizadas pela Janaína.
A Rede Metropolitana deseja muita saúde para o pequeno guerreiro Heitor Emanuel. Ele ainda está sob os cuidados de nossa equipe que, com dedicação e empenho, trabalha todos os dias para a evolução e plena recuperação dele e de todos os pacientes internados.
A Rede Metropolitana apoia o Novembro Roxo.
Com dedicação e cuidado, tudo se transforma.